sexta-feira, 14 de agosto de 2009

RESENHA

RESENHA TEXTUAL

DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LÍNGUA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Maria Luiza M. S. Coroa – UnB

Ao iniciar o texto, a autora aborda reflexões significativas referentes ás discussões a respeito do processo ensino-aprendizagem de língua portuguesa, reflexões estas, acerca da natureza do objeto a ser ensinado nas escolas sob o rótulo de Língua Portuguesa.
Segundo a autora, in Possenti e nos PCNs, para o ensino da língua ser bem sucedido, o professor deve mesclar teoria e prática, para assim direcionar o trabalho docente, reconhecendo que a língua, mais que uma estrutura, é um trabalho de construção de identidade através do texto como uma unidade de trabalho pedagógico e ainda, enfatiza a natureza da língua como atividade simbólica e dialógica, sendo então, o texto, um ponto de “encontro” das diversas habilidades que condizem a essa construção.
Quanto à concepção de língua, a autora propõe uma retrospectiva histórica de como se dá o relacionamento entre o objeto língua portuguesa e o processo de ensino-aprendizagem que tem lugar em nossas escolas. E, destaca três “marcos” caracterizando-os assim,
1- à concepção de língua como estrutura correspondente, uma ênfase na unidade mórfica, a palavras;
2- à concepção de língua como comunicação correspondente, uma ênfase na mensagem construída e estruturada pela sentença;
3- à concepção de língua como interação ou atuação social correspondente, uma ênfase na unidade texto, construída e estruturada por sentenças.
Diante disso, fica claro que para a autora, essa classificação vem a gerar problemas como, simplificação de tomar o texto como uma mera ampliação da extensão da sentença, ou da importância do contexto para o ensino da língua materna com ênfase no texto e afirma, contexto é um elemento adicionado, ainda sem participação ativa na construção linguística, por outro lado, em uma concepção interativa de linguagem, o contexto é fator integrante da construção de sentido. Assim, para a autora, o texto, por sua vez, não é apenas uma unidade linear, uma sequência de sentenças compostas de palavras, mas um entrecruzamento histórico de coesão interna e exterioridade textual.
A autora nos remete a crer que as atividades didático-pedagógicas, que as conseguências dessa historicidade: interação, incompletude, não são pequenas, pois professores e alunos precisam se reconhecer em diferentes papéis sociais onde, os objetos de aprendizagem (gramática, leitura e escrita) são profundamente afetados por esse “deslocamento” teórico.
No texto, a autora faz algumas referências a Freire, de forma sábia e relevante ao discurso, e nesse contexto de mudanças, em que professores e alunos são agentes do processo ensino-aprendizagem da língua, é fundamental, na postura de um professor disposto a fazer de suas ações em sala de aula “acontecimentos discursivos” tornando o texto como unidade privilegiada em suas abordagens de ensino. Na prática, diz a autora, outras mudanças de estratégias propostas tanto nos mais atualizados currículos escolares quanto nas reflexões teóricas atuais sobre o caráter simbólico e dialógico da linguagem, afirma a autora “os educadores concebem o conhecimento como processo, espaço conceitual, no qual professores e alunos constroem um saber novo”.
Fica claro que todas as reflexões didático-pedagógicas tendem a promover um convívio relevante com tatos paradigmas teóricos diferentes, em linguística e em educação, representa um imenso desafio a todos que convivem e se preocupam com o ensino de Língua Portuguesa, quer seja na escola ou nas relações sociais mais informais possíveis.

Um comentário:

  1. Profª Paulo seu blog está maravilhoso preciso de dicas sobre a TP5 as duas últimas unidades. Se possível for me ajude. Coesão e relações lógicas estão me deixando louca.

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